16 de mar. de 2018

Planetários de São Paulo: programação especial de Equinócio


Imagine, como os antigos imaginavam, que a Terra está fixada no centro do Universo e que o Sol, as estrelas e os planetas giram ao nosso redor, movendo-se no interior de uma esfera côncava. Nesse quadro de referência, podemos imaginar que o equador – a linha que separa o hemisfério Norte de nosso planeta do hemisfério Sul – tem um equivalente sobre essa esfera côncava celeste, uma linha que a divide em hemisférios Norte e Sul.

Neste ano, em 20 de março, o Sol, como visto da Terra, cruza esse equador celeste em direção ao hemisfério Norte. Este evento, chamado equinócio, marca o início do outono (para nós) e da primavera (para quem vive no Norte). Em setembro, no segundo equinócio do ano, ocorre o contrário: o Sol cruza o equador celeste em direção ao hemisfério Sul, marcando o início do outono para quem vive no Norte e da primavera, para nós.

Hoje, claro, sabemos que é a Terra que gira em torno do Sol, que o Sol é uma estrela enorme, com um raio 109 vezes maior que o da Terra; que o Universo tem bilhões de anos-luz de extensão; que as estrelas, mesmo as que vemos como partes de uma mesma constelação, existem separadas por espaços imensos, e não estão chapadas sobre uma mesma superfície esférica.

Mas esse conhecimento não elimina o fato de que, presos à superfície terrestre, vemos o Sol como um pequeno disco brilhante no céu; também não elimina o movimento aparente do Sol ao redor do nosso planeta; nem a impressão de que as estrelas e os planetas se movem sobre um pano de fundo fixo.

Durante milênios, era assim que se fazia astronomia. Esses movimentos aparentes no céu regiam a vida, os rituais e, mesmo, os monumentos erigidos por diversos povos. Ainda hoje, esse sistema, baseado numa Terra fixa cercada por uma esfera enorme, cravejada de estrelas, é útil para auxiliar a observação do céu, localizar as estrelas e marcar a passagem do tempo.

O Sol, além de sua viagem diária de leste para oeste, cumpre uma trajetória anual que define, sobre a esfera celeste, um plano que chamamos de eclíptica, e que na verdade é o plano da órbita da Terra. A eclíptica cruza o equador celeste em dois pontos: são esses pontos que marcam os equinócios.

O momento preciso do equinócio – o minuto em que o Sol cruza o equador – varia de um ano para o outro, mas fica sempre entre 20 e 21 de março (outono) e 22 e 23 de setembro (primavera). Neste ano, pelo horário de Brasília, o Sol cruza o equador celeste às 13h03 de 20 de março; e, depois, às 22h40 de 22 de setembro.

O nome “equinócio” vem do latim. Significa “noites iguais”. Nessas datas, dia e noite chegam bem perto de ter exatamente a mesma duração em todo o planeta: em São Paulo, em 20 de março, teremos 12 horas e 7 minutos de Sol. No mesmo dia, em Reykjavík, capital da Islândia, haverá 12 horas e 12 minutos de luz solar.

Para celebrar a data, os Planetários de São Paulo criaram uma programação especial. Confira abaixo:

*Equinócio de Outono no Ibirapuera*

Dia: 20/03/2018 - terça-feira

17h - Observação Solar

18h - Pôr do Sol na Rosa dos Ventos do lago

19h - Sessão Especial com o astrônomo e autor e de livros de Astronomia Roberto Boczko

20h - Observação Noturna: Lua e Nebulosa de Órion

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